sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Trecho da palestra "Se tudo é ilusão, o que somos nós"?

Tudo o que vamos abordar aqui será pela luz do "Autocultismo", especificando que Autocultismo é "ideologia", "religião" ou "fenômeno oculto dentro de si mesmo", e é somente aquilo que não está explícito, "escancarado" ou notório de momento externamente em nós, onde mesmo nesta era dita "moderna", somos ainda muito infantis mentalmente e como criancinhas, ainda engatinhamos em direção da verdade.
Usaremos aqui a linguagem cifrada que só pode ser concebida pela consciência. A realidade abstrata do universo é tão concreta, quanto essa falsa e efêmera realidade que estamos vendo agora. Mas somente o espírito a compreende. Como todos somos espírito, então estas verdades não são só minhas só por que eu as falo. Na morada de todos nós espíritos, a verdade é uma só para todos.

Primeiro de tudo para nos compreendermos, temos que mudar o paradigma. "A crendice emposta", ou a mesmice sem questionamentos que suplantaram em nossas viciosas e controláveis mentes trocando pela "verdade exposta".

Mude vossa forma de pensar e vos garanto por experiência própria que todo seu entorno muda junto com você. Você e o mundo são o que você pensa o que é para você, e não o que ambos realmente são.

Um sábio mistico da antiguidade ainda dizia: "Uma vida não questionada, não merece ser vivida", e eu vos digo: Uma vida sem sentido é uma vida desperdiçada.

Por que as pessoas adoram assistir tv?  Por que gostam de não tomar decisões e escolher o que querem de suas repetitivas vidas. Pois, na tv tudo já está ''pronto e mastigado para se engolir", onde tudo é banalizado. Desde a vida que se vive até a morte que se morre.

Meu pai físico, que não têm nenhum esclarecimento de esoterismo e questões da alma, por outro lado sempre transmite uma grande sabedoria ao dizer assim: "Devemos dar valor ás pessoas enquanto elas estão vivas". Algo a se refletir profundamente e saberemos o por que no concluir desta dissertação.

O mundo pode ser uma mentira ou farsa, mas é por que ele não é visto como ele realmente é.

Há muita pouca coisa útil para o auto-conhecimento para se assistir na mídia. Mas há um seriado de tv que pode ser mencionado como uma sugestão adequada ao presente tema e que está postado no youtube chamado "Night Visions", no episódio 16 de título "Minha suposta vida e morte" (No Brasil), que aborda essa questão de nossa ilusão mental. Ali se mostra realmente como supostamente vivemos (e morremos), e isso é muito raro de se ver em um filme ou programa televisivo qualquer.

O problema do ser dito humano é que ele não coloca sua mente e alma em nada que não propicie prazer e diversão. Mas, por que o conhecimento (de si, do mundo que vivemos e o universo onde ele se assenta) não pode ser encarado como prazer e diversão? Não como um "bater de bola com amigos ébrios", mas como um entretenimento que se possa usar o raciocínio (Como uma boa partida de xadrez por exemplo)?

Vamos então iniciar a partida em direção ao auto-se-conhecer:

Pela luz do sincretismo entre todas ciências místicas milenares, não somos um "quem" com um nome fictício (Com todo o respeito) dado por terceiros, os nossos pais terrestres. Por exemplo: Eu (o verdadeiro "Eu") não me chamo "Alexsander", e sim Andranamum. Mas como sei disso é uma questão pessoal. Mas todos temos um nome ou identidade cósmica, mesmo sem saber ou descrer. Isso independe de nossas concepções, negações ou aceitações.
Somos sim um "o que", ainda sem nome ( Não que não tenhamos. Somente não buscamos saber). Por que desconhecemos nosso real "ser". Nossa identidade e origem real.

Quantos nomes foi nos dados em milhares de retornos? Cada vez que descemos a matéria ele muda. Então, como pode ser real.
Toda a previsão numerológica e cármica das letras de um nome é efêmera, por que só vale para a presente existência. Quando desencarna e retorna as do jogo mudam o nome que te outorgam.

Com todo o respeito novamente, a ilusão do que somos já começa pelo nome que temos. Tanto que ele não é real, que podemos modificá-lo em um cartório quando quisermos. Portanto, não é algo imutável e fixo, então não tem realidade permanente assim como muitas coisas em nós. Pois, mesmo em milhares de reencarnações, é um mesmo espírito com uma nova personalidade com diferentes nomes em cada retorno a matéria densa.

Se nem mesmo isso sabemos, o que achamos que sabemos? Quase nada! Ai começa a ilusão.

Para tentarmos respondermos esta questão de "o que'' e não "quem" somos, começaremos abordando o que não somos:

Começando pelos nossos pensamentos e sentimentos: Como pode o amor que juro ao outro ou outra ter realidade, se ele passa, ou acaba? Assim, como posso ser uma manifestação do amor?

Mesma coisa seu contrário, o ódio. Como posso ter ódio se ele não é para sempre. Pois, um dia eu esqueço suas causas, me ocupando em algo mais sublime e ele passa?

Vos afirmo que "Não há pessoas más. Mas sim pessoas contaminadas pelo mal", ou "Que se deixam contaminar pelo mal" (Ou melhor dizendo, pelos átomos do mal). Com idade evolucional muito curta, ou "novos" como crianças no mundo e isso é 100% real.
A primeira vítima do "mal humano" é justamente o homem mau, que nem sabe por que se tornou mau.
Se tais indivíduos fossem realmente maus, já nasceriam malvados e malvados seriam para todo o sempre. O mal humano seria perene. Mas nenhuma ilusão mundana pode ser perene.
Mas tudo que tem uma origem, tem um fim.
Somente aquilo que é eterno não tem começo, meio e fim.
Mas já que o "mal cósmico" é mais uma Maya, pois neste sentido ele inexiste, somente havendo um ilusório "mal humano traduzido por humanos" e mesmo assim ele é efêmero, o mais comum seria que quando um indivíduo supostamente "mau", lá no limiar de sua morte, na decrepitude da velhice, se arrependesse de tudo, vendo tudo o que ele foi passar junto com sua vida que se vai.

Então, não podemos dizer que somos o mal e nem o bem, pois ambos não tem realidade permanente.
Somos sim muito acima disso (interiormente).

Como posso ser meus problemas, meus pensamentos, minhas manias? Ser a moda? se tudo isso muda constantemente? Como posso ser minha personalidade se ela está a mercê do tempo e vai perecer assim como o corpo onde ela habita? Como posso dizer que sou meus vícios ou que sou um viciado, se já fui um virtuoso sem vícios no passado e posso deixar de te-os por minha própria conta ou vontade no futuro?

Então:
-Você não é seus problemas. Você apenas tem problemas agora.
-Você não é a dor. Você está momentaneamente com a dor.
-Você não é doente. Você somente está doente.
-Você não é o que você fala ou que falam de você, mas sim o que você é.
-Você não é seus pensamentos, emoções nem sua personalidade. É você que os tem e não eles que tem você. Você existia (Em essência) muito antes disso.
-Você não é depressivo e triste. Apenas está depressivo e triste e mesmo assim por que não compreende que a felicidade está ai dentro de você, sendo sufocada por você mesmo por seus pensamentos negativos.
-Você não pertence a nenhum lugar ou nação, pois não há um único lugar só seu. Quando você é um espírito vivente todos os lugares são seus.
Um espírito está em toda parte e em lugar nenhum ao mesmo tempo.
Está onde ele quer estar.
-Você não é a fraqueza, mas também não é a autoridade que pensa ter, ou que exerce sobre as pessoas. Essa "autoridade" é temporária. Há uma força atemporal muito mais forte que é a gravidade puxando tudo para baixo, igualando fortes e fracos.
-Você não é o que você tem, por que o "ter'' pode ser apenas o presente do futuro "não ter".
-Você não tem medo. É o medo que tem você e se alimenta de você consumindo sua vida.
-Você não é sua fama ou difama. Pois quem os deu foi os outros. Não é algo real e é algo que passa dependendo da mudança de foco dos outros.
-Você não é suas opiniões por que elas mudam de época em época.
-Você não é seus relacionamentos pois eles um dia se dispersam.
-Você não tem a idade que pensa ter, por que sua idade real é a idade que tem a humanidade. Portanto não se preocupes com a ação atual do tempo sobre você. Cosmicamente você é muito mais velho do que pensa ser.
-Você não é a solidão, por que está sempre acompanhado de si mesmo, ou, de sua consciência espiritual.
-Você não é imagem que você reflete sobre o espelho. Pois esta imagem, tão frágil quanto efêmera é somente o resultado de uma brincadeira bem intencionada de anjos (Devas). Mas quando algo cai no tempo, o tempo á tudo desfaz.
-Você não depende de nada e nem de ninguém para ser feliz. Sua aparente dependência é por que você não se contenta com sigo mesmo.
-Você não é seus vícios. Você apenas moldou a imagem do vício em você. E pela mesma porta que se entra (Pela vontade) é a mesma pela qual se sai, e tudo o que foi falado são meros estados mentais sujeitos a mudanças. Portanto nada disso tem realidade fixa.
-Você não está vivendo apenas no mundo físico. Você está neste momento em sete planos de consciência diferentes. Portanto quando desencarna, não vai para lugar algum, pois já está em todos os lugares.

Todos estes quesitos são sombras. Mas, quando algo ou alguém projeta sua sombra, esta sombra é uma mera ilusão? Ela por acaso é o ser que a projeta?
Como diz um poema do iniciado maçom brasileiro, que se chamava em vida Fernando Pessoa: "Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte disso, tenho em mim todos os sonhos do mundo..."
Por isso devemos levar a  problemática da vida, o mundo e os problemas na brincadeira e levar a sério a solução destes, que não está fora, mas sim dentro de nós.

Tudo o que "se tem" passará. Tudo o que se é permanecerá. E o que somos?

Tudo que gera oposição ou antagonismo, não vale um investimento sério. Ex.: Bem x Mal; Luz x Trevas; Sorte x Azar. Ter x Perder. Paixão x ódio; Prazer x dor; Riqueza X  pobreza; Alegria mundana x tristeza. Fama x Anonimato. Você sempre terá que experimentar os seus contrários, por que um atrai o outro.
Todas estas "coisas humanas", não tem senso de realidade para a única coisa real em nós: O espírito. O espírito não é seu. Ele é você.
Espírito e não alma, por que como nos diz um ditado gnóstico do saudoso "S.A.W.": "Alma se tem. Espírito se é".
Ele é isso que vê o mundo e a existência através de teus olhos.

Diz também o conhecimento Teosófico que "Só pode ser real aquilo que é permanente". Então, como posso ser o corpo se antes ele não existia e de uma hora passa a existir num mundo caótico por ser mau compreendido, em uma vida humanamente amarga e entendida como sendo sem sentido, onde se muda a cada fase disto que chamamos de vida material ( Infância; adolescência; juventude; Fase adulta; velhice), e um dia ainda deixa de existir se dissolvendo nos elementos que o compõe, como se nunca tivesse existido?
São "nossos" (Aqui entre aspas só como referência, por que nada aqui nos pertence) átomos, nossas moléculas e células, nada mais que propriedade da mãe Terra, que através de sua força gravitacional, recolhe tudo para si de volta quando o corpo se decompõe.

Aparentemente só nos parece coeso por que o Fohat ou força universal mantém átomos unidos e nada mais. Se afasta esta força que é vida, vem a morte física e tudo se desfaz.

Mas deve ser bem cuidado e respeitado, pois é a nossa ferramenta de trabalho. Digo nós como "unidade conciencional" ou unidade espiritual.

Devemos respeitar a vida que palpita  em você e nos outros, por que a vida e não a morte é a única escola. Não só aprendemos com nós mesmos, mas com nossos semelhantes que tem muito a nos ensinar, seja em seus acertos ou através dos erros que agem através deles. O erro no outro pode ser o espelho pelo qual podemos aprender sobre nós mesmos.

Então o que é o corpo? Seria nossa mera imagem física que tanto deificamos mais uma "Maya"; ou, uma ilusão ou um filtro para a realidade que se expressa através dele, mesmo não sendo ele?

Só temos uma suposta imagem consistente ou hipotética imagem sólida, por que os átomos de nosso corpo vivem em constante movimento acelerado, nos enganando o tempo todo cognitivamente por nossa visão física limitada.
É como colocar o dedo nas hélices de um ventilador em funcionamento e querer atravessar as pás em movimento.
O movimento rápido dá a falsa impressão que não há espaço vazio entre as hélices, aparentando ser uma coisa só.

 Digo-vos que o corpo físico é análogo a uma toca de formigas:
As células são as formigas (Corpos físicos de bilhões de inteligências elementais internas, sendo o corpo um conglomerado elemental), que como estas incansáveis obreiras, constroem uma morada ou "templo", pois apesar de não raciocinar com uma mente humana e carecer de emoções, possuem um impulso interior ou programação vital e instintiva de "honrar" sua rainha, a presenteando com um templo ou tabernáculo.

O mesmo não fazem os humanos em seus credos, construindo templos para seus deuses?

Como é dentro é fora.

A rainha faz analogia no corpo do homem, com seu espírito. E assim como a rainha, ele nada pode fazer para impedir que algo ou alguém, ou suas próprias serviçais ajam destrutivamente sobre sua toca ou "templo". Por que? Por que ele está dentro e onde ele está, a informação chega filtrada e obscurecida. Daí suas inconscientes obreiras perecem e a rainha (ou rei, espírito) se recolhe em outro refúgio (Análogo ao processo de morte e reencarnação).
Assim como a semente não impede que seu fruto seja contaminado, morra e apodreça. A semente em seu impulso de se libertar, faz o fruto cair por terra para se desprender da podridão e germinar em outro lugar, talvez levada por pássaros (Aqui representado a Lei cósmica). Assim é com o homem, e ainda mais complicado, pois o homem tem uma mente caótica revestida ainda com uma emoção convulsiva e descontrolada.
Daí o que vai ao espírito é só impressões confusas e caóticas, até este se cansar por não estar aprendendo nada de útil na matéria, que resolve abandoná-la momentaneamente ou definitivamente, assim como a rainha das formigas abandonando a sua toca.
Mas o que as estruturas que compõe o corpo material tem em comum com sua oitava superior, o espírito? Resposta: A unidade e a atividade. Como assim? átomos, moléculas, células, todas estas partes da matéria que vivem ou apenas conhecem uma perspectiva ou ângulo plano de existência são inocentes, unidas e agem sempre a favor do progresso. Ambas adjacentes da vida universal, o corpo denso e o espírito sutil ou "Átman", só conhecem uma dimensão: A dimensão do " Para frente sempre". Uns trabalhando para converter matéria inanimada em homens. Outro para converter estes homens pré construídos em anjos. Assim você mesmo que se pereniza se isso quiser e salva a si mesmo.

Só depende de você.

Mas, qual é o sentido desta vida que vivemos afinal? Unicamente e de uma vez por todas para espiritualizar a matéria e materializar o espiritual. Para abstrair o concreto e concretizar o abstrato. Mas, lamentavelmente ainda somos muito pueris mentalmente. É uma lei perenemente axiomática.
Mente esta que está muito ocupada com coisas triviais.
A prova cabal disso vemos nas novelas e noticiários, que banalizam o sexo e a morte, e exalta uma desperdiçada vida miseravelmente sensorial, fútil e efêmera onde o espírito não tem utilidade nem vez.
É o contrário da essência real deste simbolo abaixo, muito comum entre os "Livres-Maçons" e muito "enigmático"  e "obscuro" ainda entre profanos:
Forças de baixo e do alto se encontram com o Absoluto.


Então, mesmo o corpo sendo perecível deve ser respeitado como o eterno espírito humano, e mesmo um não sendo o outro, um é o reflexo denso e sutil um do outro.
Entendido agora de parte do significado de uma vida física humana em um corpo?..

PAX a todos!

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